Começamos as atividades do ano letivo 2024-25 com uma obra que tinha sido selecionada para o ano letivo passado: Dom Casmurro de Machado de Assis.
Publicado pela primeira vez em em 1899 pela Livraria Garnier.
Esta é presumivelmente a autobiografia de Bento de Albuquerque Santiago, que morava na rua de Matacavalos (Rio de Janeiro), com sua mãe viúva dona Glória, a prima Justina, o tio Cosme e o agregado José Dias. Na casa ao lado, vivia Capitolina (Capitu), filha de Pádua e Fortunata.
Resumo:
Dom Casmurro conta a história de Bento Santiago (Bentinho), apelidado de Dom Casmurro por ser calado e introvertido. Em adolescente apaixona-se por Capítu, abandonando o seminário e, com ele, os desígnios traçados por sua mãe, Dona Glória, para que se tornasse padre. Casam-se e tudo corre bem, até o amor se tornar ciúme e desconfiança. É esta a grande questão que magistralmente Dom Casmurro expõe ao longo de 148 capítulos: a dúvida que paira ao longo de toda a obra sobre a possibilidade de traição de Capítu, agravada pela extraordinária semelhança do filho de ambos, Ezequiel, com o grande amigo de Bentinho, Escobar.
Dom Casmurro é, provavelmente, um dos mais importantes livros da literatura em língua portuguesa, e um dos mais traduzidos em todo o mundo
Machado de Assis é filho de pai mulato carioca e mãe açoriana. O escritor brasileiro nasceu no Rio de Janeiro em 1839 e morreu em 1908. Autodidata e ambicioso, tornou-se um clássico da língua portuguesa. Os primeiros poemas foram publicados na imprensa, seguindo-se-lhes crónicas, contos, romances e ensaios críticos. O seu primeiro livro de poesias, Crisálidas, foi publicado em 1864 e o seu primeiro romance, Ressurreição, em 1872. Iniciando a sua atividade literária em pleno Romantismo, tornou-se o autor mais importante da nova estética do Realismo e foi ainda contemporâneo do Parnasianismo e do Simbolismo. Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881) corresponde à fase do Realismo psicológico, em que o autor vai mostrar a ambiguidade fundamental do ser humano, a incapacidade humana de conhecimento do real, substituindo-o, assim, por uma mistificação. Esta demonstração é muito mais subtil do que a análise dos meros mecanismos hereditários e sociais próprios do Naturalismo. Quincas Borba (1891), Dom Casmurro (1899), Esaú e Jacob (1904) e Memorial de Aires (1908), são as obras-primas deste período. Por elas perpassa uma trágica ironia a par com uma visão sem ilusões da sociedade urbana carioca.