Klara e o Sol de Kazuo Ishiguro
Vamos experimentar ler sobre um humanóide que cuida de humanos (assim se refere o The New York Times ao livro), com uma narradora que é IA, Inteligência Artificial, neste caso Inteligência Artificial Emocional, sob a forma de Amigo de uma adolescente.
Podem ler a recensão do The New York Times aqui.
Pode ler a recensão do The Atlantic aqui.
Algumas questões preliminares para explorarmos em conjunto:
- A narradora escreve uma memória de tempos passados: de que perspectiva?
- As perceções da narradora são minuciosamente descritas, mas limitadas: será que deixam ao leitor o papel de preencher os vazios do que ela não é capaz de depreender, ou é a narradora que não quer tirar conclusões para manter a dignidade?
- Como é que o uso da linguagem representa um futuro próximo do nosso, mas que não é igual ao presente?
- No seu notável romance, The Remains of the Day, o autor centra a história no mordomo e o climax é atingido quando ele toma cosnciência de que o amo que serviu esteve ao serviço dos Nazis na Inglaterra. Qual será a principal tomada de consciência de Klara?
- Será Klara mais humana que os humanos? Superhumana? Ou um eletrodoméstico?
- O que é para Klara a noção de 'servir' e como é que o serviço a que se dedica a afeta?
- O que comentar sobre as relações parentais? sobre as relações entre pais e filhos, um tema recorrente em Ishiguro?
- O melhoramento genético de Josie: como reagir a ele enquanto leitora?
- Como reagir ao conceito de educação deste mundo, quando comparamos Josie e Rick?
- O que mudou em termos de privilégio, riqueza, classe social, ambiente?
- Quais as implicações da reverência do sol por Klara?
- O que é mais limitada, a nossa consciência ou a de uma máquina humanóide?
- Qual o amor mais verdadeiro, o dos humanos ou o da máquina?
- O que acontece quando se dá a uma máquina a capacidade de sentir a beleza e a angústia do mundo?