segunda-feira, 4 de julho de 2022

Sugestões para o verão 2022

 As leituras para o verão devem ser compridas e envolventes.

Proponho duas leituras fresquinhas: 

O Grande Círculo de Maggie Shipstead



Finalista do Booker Prize 2021.

A inesquecível história de uma aviadora ousada e temerária, determinada a traçar o seu próprio destino, a qualquer preço. 

Depois de resgatados, ainda bebés, de um transatlântico que afundou, em 1914, Marian e Jamie Graves são criados pelo tio, em Missoula, Montana. É por lá que - depois de se cruzar com dois pilotos de passagem pela cidade - Marian se apaixona pelo voo. Aos catorze anos, abandona a escola e encontra um protetor inesperado e perigoso, um contrabandista rico que lhe coloca um avião à disposição e financia aulas de voo. Um acordo que a vai perseguir para o resto da vida, mesmo que lhe permita cumprir o seu destino: circum-navegar o Globo, sobrevoando os Polos Norte e Sul. Um século depois, Hadley Baxter é escolhida para interpretar Marian num filme sobre o seu desaparecimento na Antártida. Vibrante, sagaz e enfadada com a claustrofobia de Hollywood, Hadley está ansiosa por se reinventar depois de ter protagonizado uma série de filmes românticos que a aprisionaram num papel de celebridade de culto. O envolvimento na personagem de Marian desdobra-se, de forma emocionante, lado a lado com a história da própria Marian, quando os destinos das duas mulheres - e a sua ânsia de autodeterminação em geografias e épocas muito diferentes - colidem. O Grande Círculo leva-nos numa viagem inesquecível - através da Lei Seca e da Segunda Guerra Mundial, desde o Montana a Londres e até à Hollywood dos nossos dias - que nos envolve a cada página. Meticulosamente pesquisado, épico e emocionante, O Grande Círculo é uma obra de arte monumental e um tremendo salto para a talentosa Maggie Shipstead.


O segundo livro que proponho é 

Olhar Para Trás de Juan Gabriel Vásquez

Retrato de uma família devastada pelo fanatismo político. Uma narrativa avassaladora, que tem tanto de investigação social e histórica como de retrato privado e íntimo.


Em Outubro de 2016, o realizador de cinema colombiano Sergio Cabrera assiste, em Barcelona, a uma retrospectiva dos seus filmes. É um acto público de celebração atravessado por um momento íntimo de dor: o seu pai, Fausto Cabrera, acaba de morrer, o seu casamento com uma mulher portuguesa está em crise, e o seu país recusou um acordo de paz que lhe permitiria pôr fim a mais de cinquenta anos de guerra. A morte do pai é o fim de um ciclo, é o desfecho irremediável de uma relação marcada por silêncios e mágoas tingidos de amor e fascínio. E é o pretexto para Sergio ir desfiando as recordações dos acontecimentos que marcaram a sua vida e a do seu pai. E «não era uma vida qualquer, há que dizê-lo.» Da guerra civil espanhola ao exílio na América Latina, da Revolução Cultural na China aos movimentos armados dos anos sessenta, o leitor assiste ao desfile de uma vida que é muito mais do que uma grande aventura: é a imagem de meio século de história que abalou o mundo inteiro. Feitos reais que, nas mãos de um romancista magistral, se transformam no retrato de uma família devastada pelo fanatismo político. Uma narrativa avassaladora, que tem tanto de investigação social e histórica como de retrato privado e íntimo. Mais uma obra extraordinária daquele que é considerado um dos grandes autores contemporâneos da literatura em língua espanhola.

10 Minutos e 38 Segundos Neste Mundo Estranho de Elif Shafak

 Voltamos a uma autora muito apreciada neste clube, Elif Shafak, desta vez com um livro algo sombrio e deprimente. Doloroso de ler este romance sobre a morte como libertação de uma vida tormentosa e atormentada.

10 Minutos e 38 Segundos Neste Mundo Estranho




Ouça e veja outro comentário neste vídeo do YouTube: https://www.youtube.com/watch?v=q03Zs25_VVQ

O Ano da Morte de Ricardo Reis de José Saramago

 José Saramago, O Ano da Morte de Ricardo Reis 

A pedido de algumas leitoras, escolhemos este livro do Nobel protuguês.


«[em O Ano da Morte de Ricardo Reis] é como se eu tivesse a preocupação fundamental de tornar o real imaginário e o imaginário real. Foi como se quisesse fazer desaparecer a fronteira entre o real e o imaginário, de modo a que o leitor circule de um lado para o outro sem se pôr a si mesmo a questão: isto é real?, isto é imaginário? Gostaria que o leitor circulasse entre o real e o imaginário sem se interrogar se aquele imaginário é imaginário mesmo, se o real é mesmo real, e até que ponto ambos são aquilo que de facto se pode dizer que são.» (https://www.almedina.net/o-ano-da-morte-de-ricardo-reis-edicao-comemorativa-1636991306.html?gclid=Cj0KCQjwn4qWBhCvARIsAFNAMiiikI_C-ZoL9TPVxwg9z-C7zimHLs7TvjL4i4PAo-qerC2XiFxl1iwaAhmiEALw_wcB