domingo, 15 de outubro de 2023

Mieko KAWAKAMI, Seios e Óvulos

 Mieko KAWAKAMI, Seios e Óvulos

Começamos o ano letivo 2023/2024 com um romance de cujo título instintivamente nos afastamos, mas que promete ser uma viagem cultural e uma indagação humana sobre o papel das mulheres na sociedade.

Em entrevista, Kawakami afirmou que nunca pensou neste romance como um romance feminista. É um romance sobre a experiência humana das mulheres e sobre ética reprodutiva.


Link para Guardian. E para um artigo sociológico.

Sobre a autora

Mieko Kawakami

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Mieko Kawakami (川上未映子, born in August 29, 1976) is a Japanese singer and writer from Osaka.

She was awarded the 138th Akutagawa Prize for promising new writers of serious fiction (2007) for her novel Chichi to Ran (乳と卵) (Breasts and Eggs).

Kawakami has released three albums and three singles as a singer.

segunda-feira, 28 de agosto de 2023

Sugestões de Leitura para 2023-24


 Caras Leitoras,

Decerto leram muitos livros durante as férias, uns mais leves e outros realmente interessantes para recomendar a leitura partilhada no clube.

A minha sugestão é que partilhem aqui as vossas leituras de verão e as vossas sugestões. Assim, quando nos reunirmos em 3 de outubro, será mais fácil elaborar a nossa lista.

As minhas leituras têm sido estas:

Virginia Woolf, Jacob's Room (O Quarto de Jacob): é sempre interessante revisitar uma escritora clássica. Adorei o modo como escreve, denso e elítico.

Charmaine Wilkinson, Black Cake (Bolo Negro): Surpreendente, uma caixinha de segredos, com a receita de um bolo passada de mãe para filha. É uma leitura fácil, mas igualmente um abrir de olhos sobre a condição de pessoas negras nos EUA. É um abre-olhos e uma abre-perspectivas sobre coisas que nos passam ao lado. Também é sobre as pressões que os pais põem nos filhos.

Elif Shafak, The Forty Rules of Love (não traduzido para português): Uma lição sobre sufismo, mas a leitura arrastou-se e não consegui gostar do livro. Nem sei se aprendi muito sobre sufismo. É passado em dois tempos paralelos, na Idade Média e no presente.


Madeline Martin, A Última Livraria de Londres: é o que os ingleses chamam um 'page turner', um livro que absorve, mas que é leitura-de-férias-estendida-na-areia-sem-usar-muito-a-cabeça. Mas aprendi alguma coisa sobre os raides aéreos a Londres durante a 2ª Guerra Mundial.

Matt Haig, The Midnight Library (A Biblioteca da Meia-Noite): Mais rico e complexo que o livro anterior, também sobre leituras e sobre o papel redentor e libertador da leitura.

segunda-feira, 12 de junho de 2023

Elisabeth Strout, O Meu Nome é Lucy Barton

 Elisabeth Strout, O Meu Nome é Lucy Barton




Um livro enganadoramente simples, em episódios, que obriga o leitor a comprometer-se: a ler nas entrelinhas dos episódios.

Uma entrevista com a autora no Youtube: https://www.youtube.com/watch?v=Y_gDv12z4nQ

Sobre O meu nome é Lucy Barton: https://www.youtube.com/watch?v=uBwOE7T-7Vs

Uma recensão no The Guardian sobre a adaptação do livro ao teatro: https://www.theguardian.com/stage/2018/jun/07/my-name-is-lucy-barton-review-laura-linney-triumphs-as-a-writer-confronting-her-past 

Outras obras da autora no seu website: https://www.elizabethstrout.com/

terça-feira, 9 de maio de 2023

Agustina Bessa Luís, A Sibila

 Agustina Bessa Luís, A Sibila



O romance A Sibila foi concluído no dia 16 de Janeiro de 1953 e logo depois apresentado ao Prémio de romance Delfim Guimarães, instituído pela Guimarães Editores, que lhe foi atribuído. Foi publicado pela primeira vez, logo depois, em 1954.

A narrativa alberga o final do séc. XIX até meados do séc. XX e relata os tempos de Maria e Francisco Teixeira numa primeira parte, e Quina, os irmãos e os sobrinhos noutra; o livro é iniciado precisamente no fim do século passado com Germa, sobrinha de Quina, que conversa com Bernardo e recorda o passado da família. A partir daí somos transportados numa viagem pelo Portugal rural que sofre os efeitos da urbanização e mudança social - ainda que de forma muito lenta -, representada por Bernardo e pacialmente por Germa.

https://www.wook.pt/livro/a-sibila-agustina-bessa-luis/1526203 

terça-feira, 28 de março de 2023

Leonardo Padura, Como Poeira ao Vento

Leonardo Padura, Como Poeira ao Vento


Um romance sobre a diáspora cubana.
Leonardo Padura sobre Cuba : "nem saindo de Cuba se sai de Cuba"
Podem ouvir e ver uma longa entrevista com o Paulo Portas aqui

domingo, 5 de março de 2023

Kent Haruf: As Nossas Almas na Noite

 Kent Haruf: As Nossas Almas na Noite


Uma história simples e comovente.

Os elogios da crítica:

«Uma pequena obra-prima sobre o amor e a liberdade.»
Nuno Costa Santos, Observador

«Um escritor que possui uma originalidade deslumbrante. Fala pausadamente, com intimidade mas com contenção. Haruf é muito cuidadoso a contar uma boa história. E esta é uma boa história, boa de forma simples; destila verdade.»
The Guardian

«O grande tema deste autor foi sempre o conflito entre a decência e a pequenez, e ele era especialmente brilhante a fazer dessa decência um tema comovente... Os leitores darão graças por ter lido este livro, que é uma ode às coisas simples mas profundas.»
The New York Times Book Review

Uma recensão em português aqui

Uma recensão em inglês aqui, do The Guardian.

O trailer do filme com Robert Redford e Jane Fonda (na Netflix)


terça-feira, 24 de janeiro de 2023

 Tomás Nevinson, de Xavier Marías


Os elogios da crítica:

«É impossível dizer se este é o melhor romance de Marías. Mas é, sem dúvida, um dos mais empolgantes.» —  J.A. Masoliver Ródenas, La Vanguardia

«Uma história poderosa, com uma pulsação fortíssima. […] Um assombroso retrato da realidade. […] Um romance impressionante.» — Antonio LucasEl Mundo

«Um romance com todos os elementos que distinguem o seu autor — intriga, mistério, humor, acção, reflexão — e ainda algo que se celebra página após página: o prazer de contar uma história […]. Quem me dera estar na pele de alguém que ainda não leu o mais recente romance de Javier Marías. À sua espera, terá um festim.» —  José Carlos LlopThe Objective

«Marías escreve como sempre, escreve como ninguém, […] porque está num outro nível: eleva-nos e faz — porque não dizê-lo? — o que Shakespeare fez com a sua época e com os seres humanos da sua época.» —  Alberto OlmosEl Confidencial

«Não é demais repetir: trata-se de um romance colossal.» —  Guillermo Rodríguez, El HuffPost

«Tomás Nevinson é a prova acabada da elegância e da qualidade literária do autor. […] É o romance definitivo de Marías.» — Karina Sainz BorgoVozpópuli

«Aqui está um Javier Marías em reflexão: irónico, cómico, rigoroso, […] romântico e pessimista sem espalhafato. […] Espero que gostem deste romance tanto quanto eu.» —  Manuel Rodríguez Rivero, Babelia

«Um prodígio de pensamento romanesco. […] Comicidade e seriedade formam uma trama perfeita, graças à prosa em contínua tensão detectivesca, por vezes abrandando e ombreando com Macbeth, Yeats ou T. S. Eliot.» —  César Pérez Gracia, Heraldo de Aragón (https://www.penguinlivros.pt/loja/alfaguara/livro/tomas-nevinson/)


Ficam também algumas recensões críticas para ajudar a refletir sobre a leitura:

https://ionline.sapo.pt/artigo/756352/javier-marias-uma-historia-de-espionagem-escrita-com-pincas?seccao=Mais_i


segunda-feira, 2 de janeiro de 2023

Stoner, de John Williams

 Stoner, de John Williams


Transitamos de 2022 para 2023 a ler Stoner, esse romance "perdido" tão aclamado pelos críticos.

Há quem lhe chame elogiosamente o livro do vazio e da falha: https://www.dn.pt/opiniao/o-livro-do-vazio-e-da-falha-14010207.html e outros, um romance perfeito.

Fica ainda este comentário: https://livroecafe.com/2015/03/stoner-john-williams/

Para quem estiver interessado, um pdf do livro aqui. https://masculinistaopressoroficial.files.wordpress.com/2018/06/stoner-john-williams.pdf

John Williams diz de Stoner numa rara entrevista, em 1985 (posfácio de John McGahern):

Penso que ele é um verdadeiro herói. Muitas pessoas que leram o romance acham que Stoner levou uma vida muito triste e má. Eu julgo que ele teve uma vida ótima. Teve, certamente, uma vida melhor do que a maior parte das pessoas. Fez o que gostava de fazer, tinha uma certa noção do que fazia e da importância do seu trabalho. Foi testemunha de valores que são importantes. […] O mais importante no livro, para mim, é a noção que Stoner tem do que é um emprego. Lecionar é para ele um emprego, um emprego no sentido melhor e mais honrado do termo. O emprego deu-lhe um tipo especial de identidade e fez dele quem ele era. […] É o amor pela coisa que é essencial. E quando amamos uma coisa, compreendemo-la. E se a compreendemos, aprendemos muito. É a falta desse amor o que define um mau professor. […] Nunca sabemos quais serão todas as consequências do que fazemos. Creio que tudo se resume ao que tentei exprimir em Stoner. Temos de manter a fé. O mais importante é manter a tradição, porque a tradição é civilização.