Começamos o 'ano letivo' 2025-2026 com a leitura de um romance de Barbara Kingsolver, inspirado no de Dickens, David Copperfield.
Com Dickens, Kingsolver partilha uma mensagem de cunho político e a preocupação com as classes mais baixas e necessitadas, contando uma história de sobrevivência individual que é, também, a denúncia do impacto dos opiácios no tecido social de uma comunidade dos Apalaches ou um olhar sobre os Serviços Sociais, muitas vezes condenados a falhar o golo de baliza aberta – isto por não haver bola para jogar. Há, porém, um humor fora de série que a coloca numa divisão diferente da de Dickens, juntando-se a essa atmosfera o vernáculo contemporâneo – “Se o leitor fica admirado por uma mãe discutir dotes físicos de namorados com um rapaz que ainda anda a aprender a não tirar macacos do nariz, é porque não conhece as profundezas da solidão”.
Nesta odisseia que envolve trabalho infantil, famílias de acolhimento ou escolas que não constariam dos rankings de mérito, Barbara Kingsolver escreve sobre a ideia e a construção de uma família, os trilhos sinuosos da amizade, a descoberta do amor, o poder transformador da arte ou o mundo próprio que a ruralidade esconde, num livro esperançoso sobre o tumulto da existência que tem tudo para ser um clássico dos tempos futuros, bem ao estilo Dickensiano. Muito bom. (de: Pedro Miguel Silva em https://deusmelivro.com/mil-folhas/demon-copperhead-barbara-kingsolver-2-4-2024/ )
“Demon Copperhead” reinventa David Copperfield, atualizando Dickens para os dias de hoje, através da história de um rapaz que tenta sobreviver entre a crise de opiáceos nos Estados Unidos e o tratamento desigual de comunidades carenciadas. (de https://comunidadeculturaearte.com/demon-copperhead-e-uma-premiada-atualizacao-de-charles-dickens-e-chega-agora-a-portugal/)
Questões para reflexão em:https://www.readinggroupguides.com/reviews/demon-copperhead/guide
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